Morfologia externa de
plantas
Livro Vidal e Vidal (2006) Organografia vegetal clique Aqui
Morfologia é o estudo da forma dos seres vivos, ou de parte dele. Este estudo
pode ser dividido em: Anatomia (visão
macroscópica) e Histologia (visão
microscópica). É uma ferramenta fundamental para a identificação e
classificação das espécies. A
descrição morfológica baseia-se na observação das estruturas presentes no corpo
dos seres, o que direciona o estudo das organizações estruturais dos
organismos, possibilitando comparações entre os diferentes tipos de
organizações estruturais, ou seja, a anatomia comparativa.
A morfologia
vegetal, uma das bases da botânica, tem por objetivo estudar e documentar formas e estruturas das plantas.
Utilizada, dentre outras coisas, no auxílio à classificação de plantas (também
conhecido comosistemáticas) e
na fisiologia vegetal.)
Foi o filósofo grego Teofrasto
de Ereso (378-287 a.C.), discípulo de Aristóteles e comumente denominado “Pai da Botânica”, o
primeiro a formular uma terminologia descritiva em plantas. Ele foi responsável
também pelas primeiras descrições completas de vários vegetais, utilizando-se
geralmente de palavras comuns do idioma grego. Uma exceção interessante
(existem outras) é a palavra pericarpo expressão cunhada por
Teofrasto para definir o tecido que compõe a parede do fruto.
Histórico
Já no Século I, o
naturalista e enciclopedista romano Plínio, o Velho (23-79 d.C.) compilou toda uma nova série
de terminologias, baseadas em novos dados coletados. Utilizando-se de termos
gregos emprestados de Teofrasto e Aristóteles, Plínio incluiu também muitas palavras latinas a
fim de descrever estruturas botânicas. Desta forma o grego aparece como a
principal fonte de termos, enquanto o latim influenciou na descrição e serviu
de ponte entre o grego e as línguas posteriores.
A morfologia como é
atualmente conhecida teve suas bases na "Philosophia botanica"
de Linnaeus. Tal obra, escrita em latim acessível, apresentava-se
na forma de organografia. As estruturas descritas (e muitas delas ilustradas)
já eram apresentadas divididas em partes vegetativas e reprodutiva, e
ocasionalmente grupos taxonômicos onde tais estruturas poderiam ser encontradas
eram citados.
Entretanto, o termo “morfologia” é atribuído
a Johann Wolfgang von Goethe, que apesar da formação humanística (era
poeta e romancista), interessou-se pela mutabilidade das formas vegetais após
conhecer o trabalho de Linnaeus. Seu interesse era maior pelo dinamismo das
transformações vegetais que pela sistematização descritiva. Considerava a folha
o órgão central das plantas e imaginava todos os outros órgãos como derivados
desta. Em sua obra principal, “Versuch die Metamorphose der Pflanzen zu
erklären” (1790), Goethe tentava mostrar que, apesar da imensa gama de variação
morfológica, os órgãos vegetais tinham uma organização essencial ou “Bauplan”,
que era comum a um grande número de formas superficialmente distintas.
Abrangência
e métodos:
1)
A morfologia é comparativa, o que significa que o morfologista examina
estruturas em diversas plantas da mesma ou de diferentes espécies e, em
seguida, faz comparações e formula idéias sobre semelhanças. Este
aspecto da morfologia vegetal se sobrepõe com o estudo da evolução vegetal e
paleobotânica.
2) A observação é tanto das estruturas
vegetativas (somáticas), bem como as estruturas reprodutivas. As estruturas
vegetativas das plantas vasculares incluem o estudo do sistema de caulinar,
composto de caules e folhas, bem como o sistema radicular. As estruturas
reprodutivas são mais variadas, e são normalmente específicos para um
determinado grupo de plantas, como flores e sementes, esporos das pteridófitas,
cápsulas das briófitas.
3) A morfologia vegetal estuda as estruturas
vegetais em várias escalas. A menor escala é a ultraestrutura, em geral são
características estruturais das células visíveis apenas com o auxílio de um
microscópio eletrônico, e citologia, o estudo de células usando microscopia
óptica. Nesta escala, morfologia vegetal se sobrepõe à anatomia vegetal, como
um campo de estudo. Na maior escala é o estudo do hábito de crescimento das
plantas, a arquitetura geral do vegetal. O padrão de ramificação em uma árvore
irá variar de espécie para espécie, como será a aparência de uma planta,
podendo ser árvore, arbusto, ou erva.
4) morfologia vegetal examina o padrão de
desenvolvimento, o processo pelo qual estruturas se originam e amadurecem ao
longo do crescimento da planta. Embora todos os animais produzam todas as
partes do corpo que possuam desde cedo em sua vida, as plantas produzem
constantemente novos tecidos e estruturas ao longo da sua vida. Uma planta viva
sempre tem tecidos embrionários. A forma como as novas estruturas amadurecem a
partir de sua produção pode ser afetada pelo ponto da vida das plantas em que
elas começam a desenvolver, bem como pelo ambiente em que as estruturas estão
expostas. Um morfologista estudos este processo, as suas causas, e seu
resultado. Esta área da morfologia vegetal se sobrepõe à fisiologia vegetal e
ecologia.
Referências bibliográficas
§
Biologia vegetal 6ª ed. - Raven, Evert e Eichhorn.
ISBN: 8527706415
§
Morfologia Vegetal - organografia e dicionário
ilustrado de morfologia das plantas vasculares - Eduardo G. Gonçalves, Harri
Lorenzi. ISBN: 85-86714-25-2
§
Parte do texto traduzido da versão em inglês deste
artigo disponível na Wikipédia. Verificar respectivas referencias
bibliográficas.